Interrogadores ameaçaram matar filhos de suspeito do 11 Setembro

Um relatório da CIA recentemente desclassificado e divulgado esta segunda-feira afirma que os interrogadores dos Serviços Secretos norte-americanos ameaçaram matar os filhos de um suspeito dos atentados do 11 de Setembro.

O relatório, divulgado pelo Departamento de Justiça, revelou dois exemplos extremos de técnicas de interrogatório pouco civilizadas.
Desde a ameaça de matar todos os filhos de um suspeito-chave de terrorismo à de violar a mãe de outro detido na sua presença, são várias as acusações que alguns interrogadores da CIA vão enfrentar.
O governo norte-americano viu-se obrigado a revelar mais documentos relacionados com a detenção e interrogatórios da agência de espionagem a suspeitos terroristas.
Entre eles está um relatório de 2004 assinado pelo inspector-geral da CIA e outros dois documentos classificados onde é posto em causa o valor da informação obtida pelos serviços secretos.
Depois destas novas revelações, o ministro da Justiça anunciou a abertura de um inquérito preliminar e nomeou o procurador John Durham para averiguar os métodos violentos usados pela CIA nestes interrogatórios.
Entretanto, o director da CIA já se dirigiu aos empregados da agência de espionagem norte-americana. Num comunicado que pode ler-se na página oficial, Leon Panetta garante que não haverá desculpas para qualquer comportamento que tenha  ultrapassado os limites impostos nos interrogatórios.
Leon Panetta diz ainda que esta já é uma história antiga e que a CIA sempre fez questão de procurar constantemente aconselhamento legal sobre as técnicas possíveis junto do departamento de Justiça.
Esta investigação, dizem os republicanos, pode ajudar a desviar atenções da agenda nacional de Barack Obama, numa altura em que a imprensa tem dedicado páginas a fio ao plano de criação de um serviço nacional de Saúde nos Estados Unidos.